PARÁBOLAS DO MESTRE JESUS – O FERMENTO – 24

fixo

PARÁBOLA DO FERMENTO

Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado.

COMENTÁRIOS

Algumas parábolas de Jesus são bem curtas. Parece que Ele focava uma imagem de forte efeito didático para basear os seus ensinamentos.

Quando pensamos em fermento, o que nos vêm à mente? A fabricação de massas que se expandem ao serem misturadas com ele, que tem efeito  multiplicador. Uma pequena quantidade se espalha tornando possível produzir muitos pães e alimentar muita gente;

O bem é contagioso, assim como o mal. Pessoas são influenciadas pelo comportamento de outras, numa dada comunidade ou conjunto de pessoas. Os jovens se estimulam entre si para tomarem certas atitudes que tornam padrão entre eles, o que leva à imitação por parte dos adolescentes, como por exemplo as aventuras,  as exibições atléticas e atitudes similares.

Mas podem, também, estimularem-se  em comportamentos nocivos, como a embriaguez e aventuras eróticas, até mesmo provocações ou humilhações de outros jovens que sofram limitações físicas ou intelectuais, para divertimento de grupos.

Bem, qualquer um que já tenha sido jovem,  se lembra de episódios semelhantes.

O que Jesus quis dizer com a parábola ? Quando percebemos a importância dos ensinos do Mestre no comportamento geral das sociedades constatamos que o bem é contagioso, quando as pessoas começam a notar que é melhor ser bom,  não roubar, não matar, não violentar, não ofender a castidade, não mentir, não trair, não abandonar os idosos ou incapazes.

Em resumo, é melhor para a sociedade que todos sejam bons e quando constatamos isso, um desejo de propagar a conveniência desses comportamentos nos assalta e temos vontade de ensinar isso a todo mundo, colegas de trabalho, membros da família, dos grupos comunitários.

Faz-me lembrar uma palestra de uma oradora espírita que eu jamais esqueci. O nome dela, se eu não me engano era Cristina, falando pela Federação Espírita de Mato Grosso..

Ela ensinou que a nossa adesão plena  ao  Espiritismo importa em 3 momentos:

  1. Quando entramos no Espiritismo: Chegamos curiosos, hesitantes, cheios de dúvidas, ouvindo os orientadores, lendo os primeiros livros, participando de grupos e estudos.
  2. Quando o Espiritismo entra em nós:  Quando nos convencemos da lógica das verdades da Doutrina: a Justiça da Reencarnação, a importância do amor ao próximo, convencendo-nos de que fora da prática do bem e da caridade não há mesmo outro caminho, outro conjunto de comportamentos para os membros de uma sociedade. Ficamos muito seguros disso e nada mais abala a nossa fé, a nossa certeza da sabedoria dos conceitos da religião que abraçamos.
  3. Quando o Espiritismo sai de nós: quando somos tomados por um desejo apaixonante de levar essas nossas convicções a outras pessoas, a colaborar com a transformação de amigos e conhecidos, familiares e companheiros da vida;  uma empatia profunda toma conta de nós e engajamo-nos de corpo-e-alma, transformando-nos em membro ativo e multiplicador, mesmo sem fazer o que se chama de proselitismo, mas influenciando pela força dos bons exemplos que passamos a oferecer, empenhando-nos a auxiliar todos aqueles cujas dificuldades de prova possam ser auxiliadas ou atenuadas pelo conhecimento da Doutrina.

Eu acho que isso é que é o efeito do fermento a que Jesus se referiu na parábola: a nossa contribuição pessoal se torna multiplicadora e produz mais pessoas que passam a desejar a transformação para encontrar o caminho da luz, ou seja “o reino dos Céus”.

23-07-18

Parábola-do-Fermento

 

CONTOS DA LITERATURA INFANTIL

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O PERNA DE PAU

 COELHO  NETO

Já grisalho, alto e magro, olhos miúdos e negros, mas de um brilho estranho, viam-no todas as manhãs passar à porta do colégio com uma grossa e nodosa bengala.

Conheciam-no pelo toc-toc da perna de pau; e logo, chamando-se uns aos outros, corriam todos os meninos às grades, e, quando o inválido passava, rompiam em assuada: — Oh, perneta!

Ele sorria docemente; os seus olhos bravios, de uma expressão feroz, ameigavam-se; e, longe de agastar-se, tirava o seu grande chapéu de abas largas e fazia uma barretada, não sei se para brincar com os pequenos, se para lhes mostrar os cabelos brancos.

Um dia o diretor chamou-o para lhe fazer presente de umas roupas, de sorte que, à hora do recreio, quando os meninos saíram para o pátio, viram com surpresa o Perna de Pau sentado tranqüilamente em um dos bancos.

Receosos murmuraram: — Vem dar parte! Vem queixar-se ao diretor! — mas o bom homem sorria com tanta meiguice, que um dos pequenos ousou acudir o seu chamado.

—Venha cá, meu menino! Tem medo de mim?

—Não! — disse com orgulho o pequeno.

—Então venha até cá… eu gosto muito de crianças.

O menino adiantou-se, e os outros, vendo a bondade do inválido, acercaram-se dele, e o bom homem ficou numa roda de crianças, feliz, sorrindo. Um dos pequenos, curioso, perguntou-lhe então ingenuamente:

—Que é da tua perna, homem?

—A minha perna, meu menino? A minha perna um bicho mau levou!

A estas palavras a curiosidade dilatou todas as pupilas, e os meninos, esquecendo o recreio, chegaram-se mais ao homem, perguntando:

—Que bicho? Como foi? Conta…

—Ah! Meus meninos… eu era um rapaz robusto; vivia na minha terra descansadamente, quando correu a notícia de uma fera, que deitava fogo pela boca, queimando as cabanas e as plantações dos pobres, andava se arrastando pela vizinhança da nossa terra.

Diziam que ela matava velhos e crianças. Muitos moços da minha idade partiram para combater a fera que lhes ameaçava a casa e a vida dos velhos pais; eu também tinha minha mãe, uma velhinha, e quando me disseram que o animal podia matá-la, não pensei mais, meus meninos, tomei de uma arma e parti num bando.

Todos quantos nos viam passar abençoavam-nos: um, porque nós íamos defender a sua casa; a mãe, porque íamos evitar que a fera lhe viesse arrancar o filho dos braços, o enfermo, porque não consentiríamos que fosse maltratado. Os velhos mostravam-nos os cabelos brancos, as donzelas atiravam-nos flores, e nós seguíamos, levando todas essas lembranças num registro, que um dos nossos conduzia, para que sempre lembrássemos do que viríamos e ouviríamos.

E chegamos ao sítio em que a fera urrava. Ah! Meus meninos! Quanto mal ela já havia feito! Quanta criancinha órfã, quanta cabana reduzida a cinzas, quantos campos devastados! Felizmente, encontramo-la e o combate travou-se.

Muitos dos meus companheiros lá ficaram, devorados pelo dragão terrível; eu, mais feliz, apenas perdi uma perna: e não me arrependo, nem lastimo a dor que sofri, porque, de volta à casa, encontrei minha mãe fiando, e vi minha terra tranqüila e farta, todas as mães contentes, e os velhos respeitados.

—Que seria de vossa mães, meus meninos? Talvez tivessem sido vítimas como outras foram…

—E que bicho era? Perguntou o pequeno curioso.

— A guerra, meu menino! — disse o inválido — Foi na guerra que deixei a minha perna, e não me arrependo: fiz o meu dever, defendendo a minha Pátria, e, quando voltei com peito coberto de medalhas, ainda achei minha velha mãe que me abençoou. Hoje estou velho e doente, e os meninos riem-se de mim…

—Não riremos mais! — disse um pequeno com os olhos rasos d’água; e atirando-se ao pescoço do velho soldado, pôs-se a dizer, comovido:

—“Não riremos mais! Não riremos mais!” — e o Perna de Pau, no meio das crianças que procuravam abraçá-lo, rindo, mas com duas lágrimas nos olhos, dizia:

—Ah! Meus meninos, assim dão cabo de mim! — e todos festejavam o inválido, prometiam-lhe presentes, abraçavam-no.

Felizmente pôs termo ao assalto de ternura a sineta, chamando para a aula…

Postado por Gilberto Alves Lima.

Cuiabá, 15 de setembro de 2020

O Tesouro                                                  

E POR FALAR EM CALÚNIA…

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Quando eu fui aluno do Curso Ginasial, há muitos anos atrás, a gente aprendia com os professores muita coisa sobre ética e comportamentos desejáveis em sociedade.

Uma das lições de que não esqueci foi escrita por Malba Tahan, em forma de lenda. E u a citei – transcrevi – no meu livro “A LÓGICA DA MORAL CRISTÔ que venho postando por partes no Facebook

Temendo que muita gente não tenha lido esse trecho, resolvi publicá-lo com algum destaque, talvez porque estamos numa temporada política em que muitas mentiras circulam por aí. Como estamos em tempos modernos e o povo brasileiro gosta de palavras em inglês, o apelido mais chique é “Fake News” nos meios digitais.

Mas nomes modernos não modificam o verdadeiro significado do comportamento criticado desde os velhos sábios da antiguidade e – por que não dizer – deste o 8º Mandamento da Lei de Deus.

 “A CALÚNIA”

— Malba Tahan

Um cidadão, sentindo-se caluniado por Ahmmed buscou o Ancião da cidade para pedir justiça.

Este determinou que fossem buscar Ahmmed, o responsável pelas mentiras proferidas, e ouviu ambos. Ahmed reconheceu seu erro, declarou-se arrependido e pediu clemência.

Cofiando suas longas barbas brancas,  o ancião determinou a Ahmmed que escrevesse as suas mentiras num pedaço de papel.

Isto feito, mandou que o rasgasse  em minúsculos pedaços.

Em seguida determinou que no dia seguinte pela manhã o caluniador espalhasse os pedaços nos quatro cantos da cidade, justamente onde passavam os camelos, caravanas e onde soprava fortemente o vento do deserto. Cumprida essa tarefa,  que eles  retornassem até ali.

E dito e feito, Ahmmed e o queixoso retornaram à presença do vetusto personagem, ouvindo a  sentença: Ahmmed  deveria voltar pelos mesmos caminhos  e recuperar todos os pedaços, todos, retornando então  à mesquita, para  ser remontado o papel picado.

Conseguindo-se isso,  seria perdoado.
Ahmmed ouvindo a sentença começou a chorar, rasgar as vestes, arrancar a barba e rolar pelo chão.

o Ancião perguntou-lhe:

—  Porque procede assim Ahmmed, porque não vai buscar os pedaços?

Ao que o interpelado respondeu que naquela hora,  com os ventos do deserto, camelos das caravanas, nunca conseguiria encontrar os pedaços, impossível isto.

O Ancião afirmou: 

— Ahmmed assim foram suas mentiras, depois de proferidas nunca podem ser recolhidas, porque os ouvintes se espalham, reproduzem o que ouviram e multiplicam-se os que ficam conhecendo as informações divulgadas. Portanto, você receberá as chibatadas previstas em nossas leis para os caluniadores.

E assim foi feito. “

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Cuiabá, 14 de setembro de 2020.

Gilberto Alves Lima

JESUS: OS SERMÕES E AS GRANDES LIÇÕES – 68

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JESUS E A SUA COMPREENSÃO  – 68

Jesus lamenta a inflexibilidade humana.

O TEXTO

“Eli, Eli, lama sabactani “  (Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?)

 Mateus (cap. 27:46).

COMENTÁRIOS

São palavras em aramaico, língua que Jesus falava, que repetem uma oração, o Salmo 22: “Meu Deus, meu deus, por que me abandonaste, descuidando de me salvar, apesar das palavras de meu rugir?”

Essas palavras geram contradições entre os estudiosos. Estaria Jesus reclamando de Deus, em oração, pelo abandono a que foi relegado com a morte na Cruz.

Ora, Jesus era um espírito muito elevado e ciente de sua missão aqui na Terra. Ele sabia qual seria o desfecho e a função do encerramento espetacular que  visava a produzir  um efeito retumbante, espalhando consequências posteriormente por todos os recantos do Planeta.

Então, como assim, “por que me abandonaste, apesar dos meus rogos.”.

Na verdade. Jesus não pedia por Ele.

Muitos dos estudiosos acham que o Mestre apenas repetia a oração de David nos momentos finais da vida do corpo que Ele utilizou para sua missão na Terra.

É possível considerar, também, que Jesus tenha se surpreendido (até ele!) com o grau da crueldade  humana. Ainda que mal comparando, como um lutador bem treinado colocado no ringue e frente a frente com um adversário sabidamente agressivo e impiedoso diante de qualquer falha ou a mais leve insuficiência do seu adversário.

Afinal, a crucificação era uma punição extremamente dolorosa, destinada a condenados por graves crimes. O que justificaria a condenação do Cristo a uma pena tão cruel?

Em outro momento, Jesus exclamou: “Perdoa-os, Senhor, pois eles não sabem o que fazem”, isto é, não têm consciência de quem sou Eu e do grande erro que estão cometendo.

Mas então, o Mestre talvez esperasse que alguém, mesmo entre seus algozes, fosse sensibilizado pelas inúmeras preces que os Espíritos que O acompanhavam certamente fizeram em favor de seus algozes, para diminuir as consequências das maldades que estavam praticando.

Entretanto, Jesus percebe que, diante do baixo grau de adiantamento espiritual da época, os encarnados não mostrariam nenhuma compaixão, até porque face às regras terrenas, já era tarde para qualquer alteração da pena que lhe foi imposta.

Então, diante de tudo isso, o Mestre se dirige ao Pai num lamento – lamento profundo –  pela Humanidade: “Pai, por que permitiste que eles errassem tanto, apesar de tudo que eu e meus companheiros missionários te pedimos?”

Espírito já coroado de Luiz, o Mestre não esteve arrependido nem se queixava de sua missão. Condoía-se, isso sim, por aqueles que, cegos,  cometeram os crimes ou foram responsáveis pela crucificação.

Acho eu que o mesmo acontece até hoje, quando os Espíritos Superiores nos surpreendem cometendo falhas que o conhecimento do Evangelho já nos teria ensinado evitar.

Talvez pudéssemos ver Jesus ou seus representantes abanarem a cabeça e dizer:

“Pai, eles ainda não entenderam, ainda não sabem o que fazem.”

Ou

“-Eli, Eli, lama sabactani.” – (por que os abandonaste?).

Que a paz de Jesus esteja em nossos corações;

Cuiabá, 13 de setembro de 2020

Gilberto Alves Lima

LIVRO “A LÓGICA DA MORAL CRISTÔ – 15

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8º  MANDAMENTO

NÃO DARÁS FALSO TESTEMUNHO

Em outras palavras: Não mentirás

Segundo Darwin,  autor de profundos estudos sobre a evolução das espécies, o homem é o único animal que mente. Os seus “colegas”, chamados irracionais, não enganam, não traem, não tapeiam, apenas seguem os instintos, cumprem sua função na Natureza. Da mesma forma que o furto, o mandamento abrange outras variedades da prática de dar falsos testemunhos:

Outras modalidades de mentir

Não caluniarás. Não fraudarás, o que significa combinação com o 6º Mandamento ( não se aproveitar da confiança). Não omitirás, mas defenderás a verdade. Sereis amantes e pesquisadores da verdade, que nem sempre é visível ou está aparente. Não darás informações falsas que induzam ao erro, ao adultério, ao vício, à corrupção. Não enganarás as crianças dando-lhes informações falsas que induzam à má formação moral.

Ocultar a verdade é mentir? É sempre condenável?

“Um pai perdeu tudo que tinha depois de um fracasso comercial. Desgostoso, definhou até que morreu deixando 5 filhos. A mãe reuniu os filhos que se sentiam financeiramente desamparados e disse que o pai havia deixado uma herança secreta que os salvaria no momento oportuno. Mas pediu aos familiares que trabalhassem normalmente, para só recorrer ao tesouro oculto se houvesse absoluta e invencível necessidade. Os filhos, confiantes e obedientes, trabalharam arduamente, venceram as dificuldades, plantaram, colheram, comercializaram e prosperaram. Um dia, a mãe os reuniu e disse que ia lhes ofertar a misteriosa herança do pai falecido. Abriu um baú e mostrou-lhes um pergaminho que continha uma frase incitando à confiança em Deus. Não havia nada de dinheiro, que nunca foi necessário, face à lealdade e trabalho dos sucessores”. Livro “Jesus no Lar”, Neio Lúcio, psicografia de Chico Xavier.

Ocultar a verdade pode ser humildade e gesto de caridade. Pode estimular a autossuficiência, como na história relatada. Mas pode levar à injustiça, temos que avaliar.. 

Assumir o erro, dizendo a verdade

Reconhecerás o teu erro. Com isso, conquistarás o respeito do semelhante e aprenderás. Jesus sempre estimulou essa prática. “Vai e não peques mais.”. “Eis que agora estais são; não peques mais, para que não te suceda coisa pior”.  Reconhecerás o erro das mentiras que emitiste com o propósito de preservar o próprio prestígio, pedindo perdão aos enganados. O reconhecimento do erro eleva o nosso caráter e aumenta o respeito público.

No filme “A casa dos espíritos“ do livro homônimo de Isabel Allende (livro que apesar do nome não é de inspiração da religião espírita) o personagem principal, depois de varias decadências e acontecimentos que o levam à ruína financeira e moral, num certo momento pergunta, numa autocrítica: “Como pude errar tanto ?”

Omitir ou esconder a verdade também é mentir

Enganar-se é humano, estamos todos em treinamento. Todos cometemos enganos de interpretação dos fatos, conforme nossas experiências pessoais e sociais e nossa cultura. Pode até ser que tenhamos sido iludidos em nossa inocência, com alguém pecando contra a nossa castidade.  Insistir em repetir informações e conceitos quando já percebemos que há erro, só para salvar nossa imagem, é também descumprir o mandamento.

A calúnia e a difamação

Quando falamos em mentir, a primeira idéia que ocorre é uma coisa pequena, ou pelo menos não de grandes proporções. Mas a mentira pode ser grande, pode acumular-se na calúnia (atribuição a uma pessoa de atos graves como crimes) e difamação (circular informações que prejudiquem a boa fama de uma pessoa, mesmo que verdadeiros, mas principalmente com acusações apócrifas, fatos mentirosos ou não comprovados), atos que podem prejudicar enormemente a vida de uma pessoa, retirando-lhe a possibilidade de empregos e promoções, uniões e casamentos, quando não trazem conseqüências ainda mais graves.

Recentemente tivemos um caso que transbordou nos noticiários.

Uma mulher digna e religiosa foi injustamente acusada de cometer crime de sequestro de crianças para matá-las em rituais de magia negra. Ela foi confundida com o retrato falado divulgado na Internet, posteriormente verificando-se que não era a mesma pessoa, e que nem mesmo aquele suposto crime havia sido cometido. A população, cansada da impunidade a que assiste todos os dias, e desavisada, acreditando na difamação que correu o bairro, resolveu fazer justiça com as próprias mãos e a boa mulher foi linchada com requintes de violência. Perdeu-se uma amorosa mãe de família.

O problema maior da calúnia e da difamação é que não há como recuperar  ou compensar os dados causados, mesmo que o autor se arrependa. Um prejuízo econômico pode ser compensado com a substituição de um bem ou a indenização do seu valor. Mas o dano moral não tem como ser integralmente compensado. É o que fica muito bem ilustrado neste magnífico conto de Malba Taham, que escreveu centenas neles falando da ética  sob o ponto de vista dos povos orientais.  Fiz algumas adaptações no texto que encontrei na Internet (o texto que estava na minha memória era ligeiramente diferente).

 “A CALÚNIA [Malba Tahan]

Um cidadão, sentindo-se caluniado por Ahmmed buscou o Ancião da cidade para pedir justiça.

Este determinou que fossem buscar Ahmmed, o responsável pelas mentiras proferidas, e ouviu ambos. Ahmed reconheceu seu erro, declarou-se arrependido e pediu clemência.

Cofiando suas longas barbas brancas,  o ancião determinou a Ahmmed que escrevesse as suas mentiras num pedaço de papel.

Isto feito, mandou que o rasgasse  em minúsculos pedaços.

Em seguida determinou que no dia seguinte pela manhã o caluniador espalhasse os pedaços nos quatro cantos da cidade, justamente onde passavam os camelos, caravanas e onde soprava fortemente o vento do deserto. Cumprida essa tarefa,  que eles  retornassem até ali.

E dito e feito, Ahmmed e o queixoso retornaram à presença do vetusto personagem, ouvindo a  sentença: Ahmmed  deveria voltar pelos mesmos caminhos  e recuperar todos os pedaços, todos, retornando então  à mesquita, para  ser remontado o papel picado.

Conseguindo-se isso,  seria perdoado.
Ahmmed ouvindo a sentença começou a chorar, rasgar as vestes, arrancar a barba e rolar pelo chão.

o Ancião perguntou-lhe:

—  Porque procede assim Ahmmed, porque não vai buscar os pedaços?

Ao que o interpelado respondeu que naquela hora,  com os ventos do deserto, camelos das caravanas, nunca conseguiria encontrar os pedaços, impossível isto.

O Ancião afirmou: 

— Ahmmed assim foram suas mentiras, depois de proferidas nunca podem ser recolhidas, porque os ouvintes se espalham, reproduzem o que ouviram e multiplicam-se os que ficam conhecendo as informações divulgadas. Portanto, você receberá as chibatadas previstas em nossas leis para os caluniadores.

E assim foi feito. “

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Concluímos então que, se mentir já causa problemas, caluniar e difamar os potencializa enormemente.

Por que Mentimos?

  1. Para  auferir vantagens indevidas, mentimos!
  2. para passar uma falsa imagem favorável a nosso respeito.
  3. para nos livrar de punições de crimes e conseqüências de  erros nossos e de pessoas próximas.
  4. para salvar nossa imagem social e prestígio profissional,
  5. para não parecer incoerentes de conceitos anteriormente emitidos.

Vimos que o crime traz consequências danosas à sociedade. É lógico que esperemos que as pessoas não mintam, prejudicando a nós e nossos interesses.

3 Pontos:

  1. Não é lógico, racional e conveniente que não mintamos, nem levantemos falso testemunho sobre  nossos semelhantes, nem omitamos a verdade?
  2. Não é melhor assim? Não haverá benefício para todos?
  3. O que diz a moral Cristã? “Não darás falso testemunho”  

Que a paz de Jesus esteja no coração de todos

Cuiabá, 12 de setembro de 2020

Gilberto Alves

JESUS – OS SERMÕES E AS GRANDES LIÇÕES – 67

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JESUS E A SUA COMPREENSÃO  DA NATUREZA HUMANA

Jesus conhecia  as incapacidades humanas.

O TEXTO

34- E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.

E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.


Lucas 23:34

COMENTÁRIOS

Jesus era um espírito luminar, muito acima do melhor padrão entre os viventes na Terra, a seu tempo. Ele sabia da inferioridade das ovelhas do seu rebanho e foi justamente por isso que atendendo à Espiritualidade Superior, aceitou a missão de vir ao nosso Planeta explicar e exemplificar como a vida deveria ser conduzida, individualmente e em sociedade.

Excetuando seus discípulos, a maioria o julgava um homem comum, um presunçoso aspirante a  cargos políticos entre os judeus.

Ainda enquanto ele estava atado à cruz, ali conduzido por seus inimigos, os soldados agiam como se não lhe reconhecem qualquer distinção ou autoridade. Era apenas mais um condenado. Disputaram suas vestes, num total menosprezo à essencialidade do Mestre Jesus.

E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.

Mesmo com as respectivas e numerosas reencarnações e com os aprendizados  atingidos  até então, as pessoas não tinham possibilidades espirituais de entender a vida Espiritual, no nível em que Jesus transitava. Pensavam que havia apenas a vida material, era nisso que acreditavam.

Isso levou o mestre a clamar:

—  Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.

Mais ou menos da mesma forma que faríamos quando víssemos um filho menor ou um irmãozinho da família praticando algum erro justificável pelo grau de desenvolvimento em que se encontrasse.

Jesus foi tolerante e compreensivo. E até seus últimos momentos ergueu suas preces em favor de seus algozes, que não faziam ideia – até aquele momento – do bárbaro crime que estavam cometendo. Presos a conceitos medíocres de vida, não estavam aptos a avaliar.

Mas, e agora? Passados tantos séculos, quanto melhoramos, quanto aprendemos?  Nossos filhos, irmãozinhos e netos cresceram  (não cometem mais aqueles erros que tolerávamos, compreensivos) e com certeza atravessamos  mais algumas encarnações.

Continuamos falhando, escorregando aqui e ali por várias tentações (lembram-se da sabedoria dos 7 pecados capitais?) e por efeitos de tendências infelizes que temos dificuldades de vencer ou administrar.

Se fôssemos – de repente – conduzidos a algum julgamento e um promotor espiritual despejasse sobre a mesa de um magistrado as acusações que ainda pesam sobre nós, com certeza nos justificaríamos – pelo menos em parte – gritando para o Juiz:

    — Sr. Juiz: perdoa-me. Eu não sabia o que estava fazendo. Errei! Falhei!

 Mas, como já aprendemos, não adianta só o arrependimento. Há um conhecido ditado popular:

— De arrependidos e bem-intencionados o Inferno está cheio.

É preciso fazer mais do que  isso. É preciso iniciar ou dar prosseguimento à honrosa tarefa de do auto aperfeiçoamento,  da elevação da empatia, da adoção da prática do amor ao próximo e da caridade, da compreensão dos destinos e objetivos maiores da vida.

Não estamos sós. Fazemos parte um em grande comunidade terrena, dividida em duas partes: os seres presentemente encarnados e os que  sobrevivem e evoluem na esfera espiritual.

De tal sorte que que se conduzidos ao julgamento a que nos referimos acima, talvez o Juiz nos perguntasse: Mas você não aprendeu nada? Não sabia de nada?

Teríamos que responder: “Sim, alguma coisa eu aprendi.”;

E iríamos lembrar o que nos ensinou André Luiz  pela  caneta de Chico Xavier:

“Se você já tem uma semana de evangelho, já sabe, à saciedade, o que  fazer.”

Que a paz de Jesus permaneça com todos.

Cuiabá, 06 de setembro de 2020

Gilberto Alves lima

LIVRO “A LÓGICA DA MORAL CRISTÔ – 14

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7º  MANDAMENTO

NÃO FURTARÁS

Mas o que é furtar ?

Furtar é apropriar-se, tomar furtivamente, capciosamente,  às escondidas. Roubar é tomar mediante constrangimento ou ameaças de agressão e morte, ou aproveitando-se de sua superioridade física. A Divindade certamente quis abranger os dois casos. Mas esses dois tipos podem surgir multifacetados, em várias modalidades de furtar.

Seria como dizer também: não cometerás peculato (furtar dinheiro público, aproveitando-se de cargos de confiança); não cometerás estelionato (furto mediante processo de tapear e induzir ao erro, vender coisas que não nos pertence, auferir vantagens indevidas); não venderás bens e serviços por preço especulativo acima do valor justo.

O roubo do dinheiro público prejudica a população, reduzindo verbas para a saúde,  segurança, educação e outros serviços.

O mandamento também inclui, certamente: Não cometerás fraudes. Não aceitarás a corrupção, nem corromperás, nem aceitarás ser corrompido, nem serás conivente.

Por que o furtar (em todas as suas conotações) é ruim para a sociedade?

Por que pessoas adquirem bens mediante trabalho árduo, sacrificando orçamento doméstico para comprar bens: imóveis, utilidades para o lar, veículos.

Há golpes que combinam os dois mandamentos (não furtar, não pecar contra a castidade), usando artifícios de ações supostamente confiáveis. Por exemplo o estelionato,  em que pessoas pagam para ter uma casa, dão entradas e pagam taxas depois descobrem  que era fraude, que foram enganadas, furtadas. Esse furto é, dessa forma, também, um  pecado contra a castidade, pois as pessoas, em confiança, se entregam à ação criminosa, nem sempre dispondo dos meios ou sabedoria para evitá-los.

Acho que, por óbvio, nem precisa citar o roubo, o assalto armado nas ruas, nas lojas, nas praças, nas residências. Nem preciso lembrar  o roubo seguido ou antecipado de morte (associando também o “não matarás” ou agressão física (“Não pecarás contra a castidade, nem adulterarás”)

O furto, o roubo, o estelionato, a corrupção causam grandes prejuízos físicos e morais para a família e a sociedade. Não é o que concluímos?

3 Pontos:

  1. Não é lógico, racional e conveniente que não furtemos nosso semelhante, de nenhuma das formas em que o furto/roubo é praticado?
  2. Não é melhor assim? Não haverá benefício para todos?
  3. O que diz a moral Cristã? “Não furtarás”  

Que a paz de Jesus esteja no coração de todos

Cuiabá, 05 de setembro de 2020.

Gilberto Alves Lima

JESUS – OS SERMÕES E AS GRANDES LIÇÕES – 66

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JESUS E OS TÍTULOS TERRENOS

Jesus não se considerava rei.

O TEXTO

11-Jesus foi posto diante do governador, e este lhe perguntou: “Você é o rei dos judeus? ” Respondeu-lhe Jesus: “Tu o dizes”.
12- Acusado pelos chefes dos sacerdotes e pelos líderes religiosos, ele nada respondeu.
13- Então Pilatos lhe perguntou: “Você não ouve a acusação que eles estão fazendo contra você? “
14- Mas Jesus não lhe respondeu nenhuma palavra, de modo que o governador ficou muito impressionado.


Mateus 27:11-14

 33- Pilatos, pois, tornou a entrar no pretório, chamou a Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? 

34 Respondeu Jesus: Dizes isso de ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? 

35 Replicou Pilatos: Porventura sou eu judeu? O teu povo e os principais sacerdotes entregaram-te a mim; que fizeste? 

36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui. 

37 Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.

 João, 1: 33-37

COMENTÁRIOS

Os homens costumam procurar o poder temporal para comandar subalternos e serem obedecidos e bem remunerados, além de tomarem as decisões que considerarem adequadas.

Infelizmente, nem sempre o que decidem provê o bem comum e não poucas vezes beneficiam grupos, familiares, elites econômicas, correligionários.

Os judeus, sob o domínio romano, mantinham alguns privilégios concedidos pelos dominadores para que estes tivessem mais facilidades em evitar rebeliões e insurreições, que surgiam aqui ou ali, de vez em quando,  naquele quadro de domínio indesejado.

Os  líderes religiosos da época se prestavam muito bem para isso. Ostentavam uma autoridade que alegavam vir de Deus, dos profetas, porque não tinham outra forma de justifica-la.

Jesus os incomodava com sua doutrina, que combatia essas vantajosas regalias para escribas e sacerdotes, já que ele pregava o amor ao próximo e a igualdade espiritual. Mas de que acusá-lo, se não fazia mal a ninguém, pelo contrário, pregava a paz, confortava os aflitos e curava os doentes?

O que poderia incomodar mais os romanos para justificar alguma punição? A insurreição. Ora, Jesus era um líder incontestável. Então seria fácil dizer que Jesus queria ser rei, insubordinando-se contra o império romano.

Era preciso tirar Jesus do caminho. Mas a cúpula dos templos não tinha poder penal e precisava que sentenças punitivas fossem dadas por autoridades delegadas pelo Imperador.

Então, Jesus foi levado a Pôncio Pilatos acusado de sublevação, pois – diziam os sacerdotes – pretendia ser Rei dos Judeus:

11-Jesus foi posto diante do governador, e este lhe perguntou: “Você é o rei dos judeus? ” Respondeu-lhe Jesus: “Tu o dizes”.
12- Acusado pelos chefes dos sacerdotes e pelos líderes religiosos, ele nada respondeu.
13- Então Pilatos lhe perguntou: “Você não ouve a acusação que eles estão fazendo contra você? “
14- Mas Jesus não lhe respondeu nenhuma palavra, de modo que o governador ficou muito impressionado.

No Evangelho de São João há mais detalhes sobre essa conversa;

33- Pilatos, pois, tornou a entrar no pretório, chamou a Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? 

34 Respondeu Jesus: Dizes isso de ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? 

Era como se perguntasse: Tens alguma prova contra mim ou apenas segues a opinião de meus acusadores?

Pilatos quis afirmar que não era um Maria-vai-com-as-outras:

35 Replicou Pilatos: Porventura sou eu judeu? O teu povo e os principais sacerdotes entregaram-te a mim; que fizeste? 

E a resposta veio avassaladora, completa, denunciando a incompreensão daqueles que desejavam impedir a implantação do Evangelho de Jesus na Terra:

36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui. 

Ou seja. Jesus encarnara neste mundo para executar uma missão especial. Sua liderança prescindia de cargos na Terra, por mais elevados que se afigurassem. A verdadeira autoridade provém da elevação espiritual conquistada. Se quisesse, Jesus mobilizaria falanges espirituais que arrasariam a pretensão de seus algozes.

Pilatos precisava encontrar um meio termo, uma razão para compreender a absurda acusação dos líderes religiosos.

37 Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.

Ou seja: “Não me importo com a nomenclatura terrena. O que vale são as conquistas do espírito.”

Ora Jesus é simplesmente o “Governador Espiritual do Planeta”. Nem tinha que se submeter a um interrogatório tão simplista e eivado de vícios de uma Justiça praticada conforme os interesses imperantes e convenientes à época e às condições governamentais.

Jesus foi crucificado. Julgaram-no vencido.

Anos e séculos depois, houve guerras e mortandades, extermínios entre os povos, genecídios, crueldades, todos os crimes imagináveis foram cometidos pelos homens que não ser importaram com Sua mensagem.

Mas Sua doutrina prosperou e venceu – continua prosperando e vencendo, , espalhando-se pelo mundo inteiro. O sinal da cruz foi colocado nas igrejinhas das pequenas cidades, nos túmulos dos mortos, nas cerimônias dos que crêem que há um Deus Único que nos governa e dirige para a ascensão infinita, com o império do bem e  do amor universal.

O movimento Comunista Internacional tenta minimizar a importância do Cristinismo e os agentes das trevas tentam destruir a obra do Mestre. Em vão!

Destaquemos a frase mais importante do que Ele disse a Pilatos:

“Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.”

As guerras passarão; Triunfará a verdade. O sacrifício de Jesus não foi inútil. Um dia, a Humanidade conhecerá melhor a sua Verdade.

E a verdade nos fará livres. Livres da ação dos inimigos espirituais de Jesus que, a exemplo dos escribas e fariseus  do seu tempo, tentam barrar a marcha irretornável de sua doutrina.

O Planeta será promovido. Deixará de ser um Mundo de Expiação e Provas e se transformará num Mundo de Regeneração.

Que a Paz de Jesus permaneça em nossos corações.

Cuiabá, 30 de agosto de 2020

Gilberto Alves Lima

LIVRO “A LÓGICA DA MORAL CRISTÔ – 13

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6º  MANDAMENTO

NÃO PECARÁS CONTRA A CASTIDADE (NÃO ADULTERARÁS)

O que é castidade?

Pelo dicionário, traduz-se por “o que é casto”, e casto quer dizer puro, limpo, virgem. Quando pensamos em castidade a primeira coisa que nos vem à mente é a castidade sexual, a virgindade, a abstenção ou inoportunidade da prática do sexo. Mas será apenas isso que a Divindade objetivou proteger ?

Não pecarás contra a castidade ou Não Adulterarás

Conforme já vimos, não há unanimidade na redação/tradução dos 10 mandamentos , havendo diferenças até na ordem deles, conforme os apresentam  as principais religiões (Judaísmo Catolicismo, Protestantismo e outras).  Há pecados que parecem difíceis de serem classificados num deles. Os estudiosos hesitaram na tipificação. O que quer dizer “adultério”? Erro de adultos? Quantos tipos de erros os adultos podem os homens cometer que não se classifiquem nos demais mandamentos (matar, furtar, desejar coisas alheias, caluniar)?  Fico com a  impressão de que os pecados mais genéricos foram juntados todos no 6º mandamento, mas com algumas discrepâncias nas diversas interpretações. Não seria melhor adultério? Mas o adultério, geralmente mais lembrado  como erro de trair a fidelidade ao cônjuge,  ficou para o 9º mandamento: “Não desejarás a mulher do próximo”. Mas “castidade”  sugere que se está falando de pureza, inocência, pressupondo até perfeição religiosa.

Bem, há uma série de erros e crimes que parece não se encaixarem nem em um nem em outro subtipo (castidade ou adultério). De fato,  violência,  agressividade, rigor excessivo, tortura, maus tratos, sevícias, truculências,  injúrias, deboche, egoísmo, desprezo, orgulho  se afiguram mais como “erros de adultos” e não se encaixam bem nos demais mandamentos, que são bem específicos.

Assim, me parece que o 6º. Mandamento quisera conter tanto os atos contra a castidade quanto os adultérios, com seu significado ampliado, e poderia ter a seguinte redação:. “Não pecarás contra a castidade e não adulterarás.”

Respeitarás a inocência, os incultos, os fracos, os dependentes.

Crianças, pela sua dependência, confiam-se à orientação dos adultos, principalmente seus responsáveis. Os incultos, não letrados, também se submetem aos que revelam mais conhecimento. Os fracos, doentes, também se entregam a médicos e cuidadores e a quem supõem que os ajudam e cuidam deles.

Essa confiança, subserviência,  se não involuntária, pelo menos ou às vezes ingênua, torna os crimes contra essas pessoas, de uma hediondez incrível.

Entre eles está certamente, o abuso sexual de crianças. Iludi-las com doces e brinquedos, naquele desejo que elas têm de demonstrar que são espertas, de querer agradar, torna o abuso um crime repulsivo.

O estupro, mesmo quando praticado contra pessoas de mais idade, não deixa de ser um crime contra a inocência. Se a menina for virgem, ou se for um menino, não encontro um superlativo para classificar a barbárie, que não quer dizer que seja menos grave quando a vítima é adulta, com direito absoluto sobre o uso de seu próprio corpo. E pasmem! o crime é perpetrado também com relação a idosos, que confiam nos agressores, às vezes comparando-os a filhos e netos.

Então, acho que podemos estender o conteúdo do mandamento com outras recomendações adicionais, intrínsecas ou relacionadas:

  • Não usarás a inteligência e astúcia para abusar dos inocentes.
  • Não estimularás a antecipação da idade da prática do sexo, convencendo adolescentes a experimentar antes do tempo,  irresponsavelmente, a iniciação do instinto reprodutor, mas respeitarás a sábia condução da natureza.
  • Não darás informações corruptoras com doutrinas malsãs que espalhem idéias que vão contra a lógica da moral que une e harmoniza, estimulando, com essas orientações equivocadas, o conflito, a desarmonia e a guerra entre irmãos ou próximos.
  • Não estimularás o consumo de drogas, mas informarás  seus malefícios, evitando que pessoas inocentes queiram experimentar sem saber seus efeitos danosos, principalmente por torná-los escravos de sua repetição viciosa.
  • Respeitarás a cultura dos povos, suas crenças e tradições, não se aproveitando desses hábitos para corrompê-los ou prejudicá-los.
  • Não praticarás o excesso de rigor, a liderança agressiva e a truculência, aproveitando-se de eventual superioridade de força física.
  •  Não te deixarás dominar por vícios por drogas que lhe causem descontrole emocional ou desequilíbrio nervoso, facilitando a prática de outros crimes.
  • Dirigirás teus veículos seguindo as regras de segurança, prevenindo acidentes que possam ferir, matar ou incapacitar o próximo
  • Evitarás fazer qualquer coisa que prejudique ou magoe o teu irmão, companheiro de jornada na Terra.

Como se vê muitas outras atitudes poderiam ser tipificadas como pecados contra a castidade ou crimes de adultério.

         Às vezes me ocorre que se encaixariam aqui os 7 PECADOS CAPITAIS, que a sabedoria milenar consagrou como os principais erros que conduzem à falência humana. Justamente parecem se constituir nos “erros de adultos” a que nos referimos várias vezes neste texto. Você se lembra de quais são os 7 pecados? Veja imagem abaixo, e note que não se fala em matar, roubar, mas crimes de atitudes perante si mesmo ou perante o próximo.

Olhando pela prática

Imagine aquela menininha, sua filha ou sobrinha, sendo iludida, seduzida em sua inocência e confiança por um homem, de fora ou de dentro da família, que se aproveite de sua entrega confiante e a barbarize, machucando seus órgãos internos e causando um mal psicológico de difícil reparação, que poderá afetar sua vida para sempre.

Imagine aquela mulher celibatária por opção que sofra a mesma violência.

Agora pense naquele incapaz, cuja incapacidade seja aproveitada para o mesmo fim cruel.

Nem precisa ser da sua família para revoltar, não é mesmo? Sem o instinto da compreensão e do perdão, seríamos levados a justiçá-los por nossos próprios meios. Isso acontece com freqüência, nos presídios, confirmando o repúdio que até outros criminosos sentem para esse ato repulsivo.

E aqueles maridos agressivos que espancam suas esposas e são violentos com seus filhos, truculentos com dificuldades de convivência que vêem nas menores discordâncias ou diferenças de opinião motivos para discussões, injúrias e agressões físicas e morais ? Tornam-se pessoas com quem é difícil conviver.  

E aqueles que se aproveitam da confiança ou ingenuidade para enganar, iludir, tirar proveitos e vantagens indevidas,  aproveitando a ausência ou confiança de que usufruem, como familiares e amigos dedicados?

Os membros da sociedade os repudiam, os censuram do ponto de vista moral. Há um consenso que nos diz que os excessos são condenáveis. É da lógica social, também isso.

A regra moral tem sua lógica. Realmente não é bom para a sociedade que pessoas pequem contra a castidade ou cometam adultérios em seu sentido amplo.

3 pontos:

  1. Não é mais racional que ninguém atente contra a castidade, a pureza e a confiança das pessoas de todas as condições e idades, relacionando-se e convivendo com respeito mútuo com seus pares, sem maus tratos ou violência, nem tirando vantagens da confiança ?
  2. Não é melhor assim, não é mais conveniente para uma vida harmoniosa e feliz da sociedade ?
  3. O que diz a moral cristã: “Não pecarás contra a castidade.” E/ou “Não adulterarás;”

LIVRO “A LÓGICA DA MORAL CRISTÔ – 12

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5º  MANDAMENTO

NÃO MATARÁS

Não matarás quem ou o quê?

A morte faz parte da vida. Temos que matar animais nocivos à vida. Os animais predadores matam os de que se alimentam, contribuindo para controlar a população e regular a vida no planeta.  Os homens matam animais que pescam ou criam para se alimentar. Nas condições de vida do  nosso Planeta, é preciso matar. Matar pragas para proteger a saúde e outros animais para se alimentar. Mesmo que algumas pessoas, com suas fortes razões, achem que a vida seria possível sem a matança de animais para se alimentar. Segundo alguns, poderíamos, por exemplo viver perfeitamente sem carne bovina ou suína evitando a crueldade com que esses animais são executados (você já assistiu a algum vídeo que mostre isso ? Garanto-lhe: você vai passar vários dias perguntando se  precisa mesmo comer carne, se não poderíamos evitar essa maldade – os animais sofrem medo, angústia, desespero e dor!).

Matamos também plantas para nos alimentarmos. Se as replantamos, OK, vamos regulando o ambiente da vida vegetal. Mas às vezes devastamos florestas, prejudicamos a flora ameaçando a vida no planeta (muitas vezes só para criar bois e matá-los).

Se temos que matar para sobreviver, que pelo menos tenhamos o bom senso de fazer isso de maneira racional e inteligente,  para que essa matança necessária, pelo menos não se volte contra nós mesmos e os nossos semelhantes.

Mas, parece óbvio que a Divindade se referiu (principalmente) a não matar os SEMELHANTES. Mesmo deixando um pouco de lado a questão das guerras, onde a mortandade é absurda, nós ainda matamos muito os nossos semelhantes. O número de assassinatos é muito grande. Citando apenas o Brasil, ocorreram  25,2 assassinatos em 2013 para cada 100.000 habitantes (437.000 homicídios, segundo a ONU), estando nosso país entre os mais violentos do mundo, índice muito superior à média mundial. Só para comparar, no Japão esse índice foi de 0,3.

Uma palavra sobre o aborto

O aborto é um assassinato que nem sempre é visto como tal, a pretexto de que a criança ainda não teria nascido, ainda estaria no útero materno. Mas sabemos que o Espírito é preexistente à concepção e se liga ao embrião pelo períspirito, transmitindo-lhe a vida espiritual que magnifica a vida, digamos orgânica, vegetal, da  criança concebida. Assim sendo, o aborto impede que uma nova vida espiritual tenha início, frustrando o projeto de novas conquistas e/ou resgates, provocando enorme dano e atraso para o espírito reencarnante.

Não nos iludamos. Salvo casos raríssimos em que o aborto seja uma opção médica para salvar a mãe, o aborto é um crime horrendo, gerando débitos tenebrosos para os seus responsáveis.

Por que não devemos matar?

A primeira resposta é óbvia. O assassinato atenta contra  o melhor sentimento que o homem tem: o amor. Pense, por um momento, naquele seu filho que acaba de aprender a andar, está dizendo algumas palavras e faz a alegria da vovó e das tias. Agora imagine alguém entrando na sua casa e matando esse filho querido. O que você vai sentir?

Agora pense naquele seu irmão com quem você se dá muito bem, jogam bola juntos ou juntos tocam modas de viola aos domingos. Aquele camarada com quem você  faz gozações e riem quase “até cair”. Agora, pense em alguém batendo à sua porta e anunciando: “Pedro, o seu irmão foi assassinado num assalto! ”. Pense em outras situações: assassinar uma mãe de família, um pai protetor, uma tia amiga, um amigo do peito!

Pois é. Perder um familiar, um amigo é uma dor insuportável. Há mães que jamais deixam de chorar, que derramam lágrimas todos os dias, ao olhar uma foto, ver uma roupa, ouvir um relato de um acontecimento do passado. Uma das cenas mais tristes da vida é ver baixar um caixão à sua sepultura, uma cena inesquecível e dolorosa.

Se para você é difícil, é difícil para todo mundo. Nem você, nem ninguém deixam de sofrer amargamente com a morte de um parente, um amigo ou mesmo um conhecido..

Se o assassinado é um chefe de família, sua morte desorganiza a sobrevivência da família; se quem foi morto era mãe, as crianças que cresciam sob seu amparo e proteção ficam sem assistência direta até que outro  membro da família assuma esse papel, quase sempre não tão bem quanto faria a progenitora falecida.

O assassinato, até por ser inesperado (diferentemente da morte causada por uma doença), causa profunda estupefação e indignação. Xingamos governos e autoridades, criticamos a Polícia e a falta de educação nas escolas. Mas…

As penas existem, ameaçando os potenciais criminosos (é como se dissessem: ‘Olha, se você matar será preso”). A existência delas deveria (essa é a razão de serem criadas) inibir o crime, mas isso não acontece, pelo menos da forma como todos gostaríamos. O noticiário policial às vezes dá a impressão que os criminosos não temem a cadeia, supõem que podem iludir a Justiça, aproveitando-se de sua imperfeição ou excessos teóricos ou burocráticos.

O erro está mais na educação geral, na falta de prática das regras morais, do estudo e incorporação de comportamentos éticos. Se essas regras fossem mais ensinadas e discutidas no lar (nos dias de santificação do sábado, por exemplo) e nas escolas (adicionando-as  oao conteúdo das matérias, ou intercalando-as entre as disciplinas) é muito provável  que os crimes diminuiriam. Os governantes e condutores da sociedade, saindo das escolas e dos lares onde aprenderam essas regras, se preocupariam mais com a contenção e – mais ainda –  com a prevenção dos assassinatos, criando as condições  para promoverem a segurança da população e a paz social.

Movimentos de defesa dos animais e das florestas

Tanto é racional que não devemos matar, por causa das consequências, que pessoas mais esclarecidas criaram movimentos para conscientizar populações e governos sobre o suicídio coletivo que representaria ignorar esses cuidados.

Criaram-se leis para proteger as florestas e evitar a extinção de animais, levando as pessoas a se conscientizar melhor sobre esse assunto. Até os índios foram incluídos, sabiamente, nessa proteção, pois eles poderiam ser extintos ou pelo menos muito prejudicados pela ganância de empresas e investidores sem escrúpulos.

Matar já é um absurdo! Matar gerando como consequência obstáculos à sobrevivência da própria humanidade é o cúmulo da insensatez e da falta de racionalidade. Mais uma vez, nesse caso, vê-se que temos na própria consciência a ideia da conveniência do cumprimento de uma norma de moral cristã.

3 Pontos:

  1. Não é lógico, racional e conveniente que não matemos nosso semelhante e animais nem devastemos nossas florestas?
  2. Não é melhor assim? Não haverá benefício para todos?
  3. O que diz a moral Cristã? “Não matarás.”  

Que a paz de Jesus permaneça em nossos corações.

Cuiabá, 23 de agosto de 2020

Gilberto Alves lima

JESUS – OS SERMÕES E AS GRANDES LIÇÕES – 65

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JESUS E O SACRIFÍCIO VOLUNTÁRIO

Jesus submeteu-se; não foi vencido.

O TEXTO

51. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha.

52. Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.

53. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?

54. Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?
55. Então disse Jesus à multidão: Saístes, como para um salteador, com espadas e varapaus para me prender? Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes.

56. Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram.

Mateus 26:51-56

COMENTÁRIOS

Os que queriam prender Jesus abordaram-nos armados com facas e varapaus, demonstrando que realmente sabiam muito pouco a respeito daquele homem.  Suspeitaram que haveria lutas, resistências, sob seu comando e por reação dos que o seguiam.

No entanto, em toda a Sua peregrinação na Terra, Jesus jamais praticou qualquer ato de violência ou de desrespeito aos direitos individuais. Misturou-se entre os simples e humildes, ensinou a amizade e a convivência, o perdão, a tolerância e a compreensão.

51. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha.

O evangelho de João esclarece com mais detalhes:

Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco. (João, 18:10). 

Isso parecia confirmar a expectativa dos acusadores, mas Jesus logo corrigiu:

52.Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.

O Mestre aqui ensina indiretamente a Lei do Retorno, um dos pilares da  Doutrina Espírita: Deus não pune nem castiga ninguém. Nossos atos – nossos crimes – ficam indelevelmente marcados em nosso espírito e gerarão consequências um dia, em condições que serão gerenciadas pelos administradores espirituais de forma a servir para a compensação de prejudicados e fazer o espírito delinqüente incorporar a lição do amor a  caminho da Luz Divina.

No Evangelho de São Lucas, fica claro que a ocorrência foi ainda mais relevante:

«Os que estavam ao redor dele, vendo o que ia suceder, perguntaram: Senhor, firamo-los à espada? Um deles deu um golpe no servo do sumo sacerdote e decepou-lhe a orelha direita. Disse Jesus: Deixai-os, basta! E tendo-lhe tocado a orelha, o sarou.» (Lucas 22:49:51)

É incrível que mesmo diante da cura efetuada por Jesus, justamente de alguém que fora prendê-lo, nem isso comove os que presenciaram a cena, que prosseguem com o procecimento de sua prisão.

53. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que Ele não me daria mais de doze legiões de anjos?

O Mestre evidencia que está se submetendo por vontade própria, para cumprir um mandato,  uma missão de que se incumbira perante a Espiritualidade Superior, sob inspiração divina.

Certamente, a missão de Jesus já era acompanhada e assessorada por espíritos elevados que o seguiam e, com certeza, estavam presentes durante aqueles acontecimentos.

Ora, se quisessem, bastaria um comando, um apelo, para reunir  legiões de espíritos do bem para afastar os representantes das trevas, que também estavam por ali, debochando e contribuindo para que  o sofrimento de Jesus fosse tal que desestimulasse seguidores ou defensores da sua liderança.

Mas não era isso que importava para Jesus e para Deus, no interesse do rebando de almas terrestres.

54. Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?

Jesus lembra a todos a sua missão de paz e de implantação na Terra de uma nova Doutrina que ajunte os homens pelo amor e pela convivência harmoniosa.

Como dissemos, os atos de Jesus nunca sugeriram qualquer ameaça aos governos constituídos. Apenas os líderes religiosos  é que temiam o fim de suas regalias, concedidas de forma que contribuíssem com os romanos para manter a paz no império, mas a hipocrisia religiosa – esta sim – foi denunciada inúmeras vezes pelo Mestre.

Os homens que o prenderam eram guardas do Templo, a serviço dos sacerdotes, acompanhados de legionários romanos. O homem ferido por Pedro estava a serviço do Sumo Sacerdote Caifás, um servo pessoal chamado Malco (Há um livro espírita chamado (“A confissão de Malco”, que trata do que aconteceu posteriormente com ele, livro que eu recomendo).

55. Então disse Jesus à multidão: Saístes, como para um salteador, com espadas e varapaus para me prender? Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes.

Por que se armaram tanto? Jesus não carregava nenhuma arma consigo, nem jamais se conduziu de formar a fazer temer represalias de sua parte, ou do grupo que o seguia.

56. Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram.

Tudo aconteceu para demonstrar que os Profetas estavam certos: tudo que estava escrito em suas escrituras se cumpriria.

Mas os discípulos, temerosos, estes sim, de punições por proselitismo ou conivência, “deixando-o, fugiram.”

Isso comprova que uma coisa é fazer discursos inflamados sobre a fé e a soberania de Deus, ou sabedoria de Jesus; outra coisa é dar o testemunho de que entendemos realmente a necessidade de mudança e aprimoramento.

Os primeiros cristãos provaram isso nas arenas, no fogo e nas cruzes. O s modernos ainda hesitam, fascinados pelas facilidades que o progresso material nos oferece, abastecendo-nos a satisfação de desejos materiais, tantas vezes levando ao suicídio inconsciente e à degeneração e outras tantas induzindo ao crime e prejuízo ao próximo.

Mas talvez possamos citar Martin Luther King Jr. e Nélson Mandela com exemplos mais atuais de luta e renúncia, de aceitação de castigos e perseguições em defesa do bem comum.

Esta é a grande lição da crucificação: a aceitação do sacrifício. Podemos pedir e recebe r ajuda das falanges espirituais, mas nem sempre isso será o melhor para nós. O sofrimento ensina, aprimora. Viemos à Terra com missões a cumprir – ainda que com importância muito inferior à do Cristo.

Que fique para nós a grande lição:

“Quem com ferro fere, com ferro será  ferido.”

Além disso, os espíritos que nos administram esperam que cada um de nós cumpra o seu dever. Como na parábola dos talentos confiados aos servos.

“Dá conta de tua administração.”

Que Jesus permaneça em nossos corações.

Cuiabá, 23 de agosto de 2020.

Gilberto Alves Lima.