PARÁBOLA DO FERMENTO
Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado.
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Algumas parábolas de Jesus são bem curtas. Parece que Ele focava uma imagem de forte efeito didático para basear os seus ensinamentos.
Quando pensamos em fermento, o que nos vêm à mente? A fabricação de massas que se expandem ao serem misturadas com ele, que tem efeito multiplicador. Uma pequena quantidade se espalha tornando possível produzir muitos pães e alimentar muita gente;
O bem é contagioso, assim como o mal. Pessoas são influenciadas pelo comportamento de outras, numa dada comunidade ou conjunto de pessoas. Os jovens se estimulam entre si para tomarem certas atitudes que tornam padrão entre eles, o que leva à imitação por parte dos adolescentes, como por exemplo as aventuras, as exibições atléticas e atitudes similares.
Mas podem, também, estimularem-se em comportamentos nocivos, como a embriaguez e aventuras eróticas, até mesmo provocações ou humilhações de outros jovens que sofram limitações físicas ou intelectuais, para divertimento de grupos.
Bem, qualquer um que já tenha sido jovem, se lembra de episódios semelhantes.
O que Jesus quis dizer com a parábola ? Quando percebemos a importância dos ensinos do Mestre no comportamento geral das sociedades constatamos que o bem é contagioso, quando as pessoas começam a notar que é melhor ser bom, não roubar, não matar, não violentar, não ofender a castidade, não mentir, não trair, não abandonar os idosos ou incapazes.
Em resumo, é melhor para a sociedade que todos sejam bons e quando constatamos isso, um desejo de propagar a conveniência desses comportamentos nos assalta e temos vontade de ensinar isso a todo mundo, colegas de trabalho, membros da família, dos grupos comunitários.
Faz-me lembrar uma palestra de uma oradora espírita que eu jamais esqueci. O nome dela, se eu não me engano era Cristina, falando pela Federação Espírita de Mato Grosso..
Ela ensinou que a nossa adesão plena ao Espiritismo importa em 3 momentos:
- Quando entramos no Espiritismo: Chegamos curiosos, hesitantes, cheios de dúvidas, ouvindo os orientadores, lendo os primeiros livros, participando de grupos e estudos.
- Quando o Espiritismo entra em nós: Quando nos convencemos da lógica das verdades da Doutrina: a Justiça da Reencarnação, a importância do amor ao próximo, convencendo-nos de que fora da prática do bem e da caridade não há mesmo outro caminho, outro conjunto de comportamentos para os membros de uma sociedade. Ficamos muito seguros disso e nada mais abala a nossa fé, a nossa certeza da sabedoria dos conceitos da religião que abraçamos.
- Quando o Espiritismo sai de nós: quando somos tomados por um desejo apaixonante de levar essas nossas convicções a outras pessoas, a colaborar com a transformação de amigos e conhecidos, familiares e companheiros da vida; uma empatia profunda toma conta de nós e engajamo-nos de corpo-e-alma, transformando-nos em membro ativo e multiplicador, mesmo sem fazer o que se chama de proselitismo, mas influenciando pela força dos bons exemplos que passamos a oferecer, empenhando-nos a auxiliar todos aqueles cujas dificuldades de prova possam ser auxiliadas ou atenuadas pelo conhecimento da Doutrina.
Eu acho que isso é que é o efeito do fermento a que Jesus se referiu na parábola: a nossa contribuição pessoal se torna multiplicadora e produz mais pessoas que passam a desejar a transformação para encontrar o caminho da luz, ou seja “o reino dos Céus”.
23-07-18